Memórias de uma época - VII

20100527

O homem mais feliz do mundo

A felicidade é algo que se pode aprender, desenvolver, treinar, manter em forma; não é necessário ser um monge para alcançá-la

Cientistas da Universidade de Wisconsin estudam há anos o cérebro do monge (antes biólogo francês) Matthieu Ricard, 61 anos, assessor pessoal do Dalai Lama (monasterio nepalês de Shechen, Tibet), submetendo-o a constantes ressonancias magnéticas nucleares, em sessões regulares de até três horas de duração. Seu cérebro fica conectado a mais de 250 sensores que detectam seus níveis de estresse, irritabilidade, enfado, prazer, satisfação e tantas outras dezenas de sensações diferentes.

Matthieu Ricard, o homem mais feliz do mundo
[Foto de Neema Frederic, 2010]

Os resultados, comparados com os obtidos em centenas de voluntários cuja felicidade foi classificada em níveis que iam de 0,3 (muito infeliz) a -0,3 (muito feliz), mostraram que Matthieu Ricard alcançou - 0,5 e superou os limites previstos no trabalho do psiquiatra estadunidense Richard J. Davidson (e todos os registros anteriores), do Laboratório de Neurociência Afetiva da referida Universidade, fazendo jus ao título de o homem mais feliz do mundo – honra não aceita pelo monge, por modéstia. Este limitou-se a ressaltar que apenas as “emoções positivas” produzidas por seu cérebro é que estariam mais “distantes dos parâmetros normais”

Se quiser conhecer o pensamento de Matthieu Ricard e só carregar os vídeos do YouTube sobre Hábitos da Felicidade, em três partes, imperdíveis. Legendas em português.

O trabalho sobre a felicidade de Davidson e cols. (2010) baseia-se na teoria de que a mente é um órgão em constante evolução e, portanto, moldável, devido à sua “plasticidade”. De fato, diversos cientistas já confirmaram que no córtex cerebral esquerdo processam-se as sensações prazeirosas, enquanto do lado direito se juntam aquelas que motivam a depressão, a ansiedade e o medo, entre outras. “A relação entre o córtex esquerdo e o direito do cérebro pode ser medida e a relação entre ambas serve para representar o temperamento de uma pessoa”, como assegura o monge Matthieu, que durante seus exames de ressonância mostrou atividade inusual no lado esquerdo.

Por outro lado, os neurocientistas estadunidenses da equipe de Davidson (2010) não acreditam na casualidade dos resultados, pois os maiores registros de felicidade sempre foram detectados em monges budistas que, diariamente, praticam a meditação. Para o “homem mais feliz do mundo” isso se explica pela capacidade dos religiosos de explorar essa “plasticidade da mente” para afastar os pensamentos negativos e concentrar-se só nos positivos.

A idéia por traz deste conceito é que a felicidade é algo que se pode aprender, desenvolver, treinar, manter em forma e, o que é mais improvável, alcançar definitivamente e sem condições.

Apesar de tudo, não é necessário ser um monge para alcançar a felicidade – lembra Matthieu Ricard – mas tão somente nos contentarmos com o que a vida nos oferece:
• Velhice – quando as agudeza mental e a ação diminuem, é tempo de experimentar e manifestar carinho, afeto, amor e compreensão.

• Morte – faz parte da vida; rebelar-se é ir contra a própria naturezxa da exist~encia. Só há um caminho: aceitá-la.

• Solidão – existe uma maneira de não se sentir abandonado: perceber a todas as pessoas como parte de nossa família.

• Alegria – está dentro de cada um de nós; só há que olhar em nosso interior, encontrá-la e transmiti-la.

• Identidade – não é a imagem que temos de nós mesmos, nem a que projetamos; é nossa natureza mais profunda, essa que nos faz ser bons e carinhosos com quem nos rodeia.

• Conflitos – é mais difícil lutar com alguém que não busca a confrontação.

• Família – requer o esforço constante de cada um de seus membros: sermos generosos e reduzir nosso nível de exigência.

• Deterioração física – tem que aprender a valorizá-la positivamente; vê-la como o princípio de uma nova vida e não como o princípio do fim.

• Relações sociais – é mais fácil estar de bom humor que discutir e entediar-se. O ideal é seguir sendo como somos e utilizar (sempre que pudermos) a franqueza e a amabilidade.

• Felicidade – se a buscamos no lugar equivocado, estaremos convencidos de que ela não existe, quando não a encontrarmos ali. (Matthieu Ricard, 2010)

Para saber como treinar sua mente para a felicidade e conhecer a sabedoria do Budismo Tibetano visite o site Training the mind com sugestões do Dalai Lama e Matthieu Ricard.

Seja feliz!

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