Havia uma chuva de estrelas...
Havia uma chuva de estrelas e um arco-iris naquela voz. Havia tremores e furacões, de mistura com brisas cantantes e sabiás embriagados de canções. Havia mares revoltos e abrumados por neblinas macias.
Era o canto de Mirdad, oitavo passageiro da arca de Noé, assim transcrito por Mikhail Naimy:
Deus é o comandante; navega, minha Arca!
Mesmo que o Inferno desate suas fúrias
Sobre os vivos e os mortos,
E transforme a terra em chumbo derretido,
Varrendo dos céus todos os indícios,
Deus é o comandante; navega, minha Arca!
O Amor é a bússola; desliza, minha Arca!
Vai para o norte e para o sul, para o oeste e para o leste
E reparte com todos a fortuna do teu cofre.
A tempestade te levará na sua crista,
Como um farol para os navegantes nas trevas.
O Amor é a tua bússola; desliza, Minha Arca!
A Fé é tua âncora; viaja, minha Arca!
Pode o trovão ribombar e o corisco o céu riscar,
Podem as montanhas tremer e desmoronar,
E o coração do homem enfraquecer tanto,
Que se esqueça da centelha sagrada,
A Fé é tua âncora; viaja, minha Arca!
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